O ex-ministro da Defesa, Aldo Rebelo, foi convocado como testemunha no processo sobre a tentativa de golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro. Durante seu depoimento, ocorrido na sexta-feira (23), Rebelo teve um embate com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que o ameaçou de prisão por desacato.
Rebelo afirmou que Moraes tentou intimidá-lo, destacando que a pressão sobre testemunhas é inaceitável. O ex-ministro defendeu que expressões, como a de Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, ao dizer que colocaria tropas à disposição de Bolsonaro, não devem ser interpretadas de forma literal. Moraes, por sua vez, insistiu na objetividade das respostas e questionou a capacidade de Rebelo de avaliar a situação, já que ele não estava presente na reunião em que a declaração foi feita.
O clima tenso se intensificou quando Moraes alertou Rebelo sobre a possibilidade de prisão. O ex-ministro, que se distanciou da esquerda nos últimos anos, disse que não se sentiu ameaçado e sugeriu que Moraes poderia pedir desculpas pelo ocorrido. Rebelo, que atualmente é secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, minimizou a atuação de Garnier, afirmando que um comandante da Marinha não pode mobilizar tropas sem seguir a cadeia de comando.
O depoimento de Rebelo foi um dos mais conturbados desde o início das audiências sobre a trama golpista. O ex-ministro, que já ocupou cargos importantes em governos anteriores, também questionou se o inquérito havia apurado se Garnier havia transmitido alguma determinação relacionada ao golpe. A audiência foi marcada por intervenções de Moraes e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que pediram objetividade nas perguntas e respostas.
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